terça-feira, 2 de dezembro de 2014

terça-feira, 3 de abril de 2012

Trabalho e Consciência de Classe


RESULTADO FINAL DA PESQUISA-CAMPANHA/2011
                                             TRABALHO E CONSCIÊNCIA DE CLASSE


CAPA e ILUSTRAÇÕES


Manifestação de trabalhadores unidos em busca de um mundo melhor.

PARTICIPAÇÃO, MOBILIZAÇÃO, CAMARADAGEM, SOLIDARIEDADE. Acrescentar LIDERANÇA: sem uma boa liderança não se consegue desenvolver a organização.

Chama atenção a palavra mobilização porque a categoria da Educação se reúne todos os anos para reivindicar seus direitos. A mobilização das diversas categorias tornou-se rara e menor a participação devido às atuais condições de trabalho: quem tem emprego, está com medo de perdê-lo, ou correndo de um para outro a fim de complementar seu pequeno salário. Por outro lado, categorias que não tinham costume de se mobilizar o fazem hoje.

VER - SINAL DE ALERTA: é preciso estar atento aos acontecimentos.
JULGAR – BALANÇA: por quê? O que é bom? O que é ruim?

VER
1.      Como você percebe o fato apresentado?
       – Quem/como  é Angélica?
a)      Alienada, acomodada: sem consciência de classe e de  seus direitos.
b)      Não acredita em seu poder de transformação nem na organização.
 A hora extra é tão comum hoje que se torna normal: o empregado é pressionado pela chefia.

2.  O que significa o trabalho em sua vida? E para a vida de seus/suas colegas?

TRABALHO –
        Pão, sustento de cada dia; satisfação, responsabilidade; sonho; alegria; necessidade      humana; meio de construir um futuro mais promissor; caminho para conquista de direitos; solidariedade entre pessoas; independência.
      O trabalho significa o sustento da família, a sua sobrevivência e um suporte financeiro para se fazer uma faculdade, comprar um carro , como  também a realização e concretização dos nossos projetos de vida.
O TRABALHO ENGRANDECE E DIGNIFICA O HOMEM, MAS
Hoje, as principais motivações para trabalhar são o consumo e o dinheiro.
Para os não vocacionados, ou quando não veem  resultados, o trabalho vira castigo.
Constata-se elevado número de desempregados jovens e de meia idade.
Trabalhadores sentem vergonha do que fazem e do registro na carteira de trabalho não qualificado.

3.      Como são suas relações de trabalho com o/a patrão/patroa; com o/a  chefe; com os/as colegas?
A relação deve ser boa, amigável, respeitosa e de confiança, porque passamos mais tempo no trabalho do que em casa.
Há amizades, porém muitos conflitos: medo, individualismo, competição: falta solidariedade entre colegas e das chefias. ( Os que lutam por melhores condições de trabalho não recebem apoio dos colegas e sofrem represálias dos patrões).
     
Os(as) patrões( patroas) costumam ser autoritários e manipuladores; fazem pressão psicológica (também colegas).
 E tem horas extras, banco de horas: a longa jornada dificulta a organização. Tem também terceirização, empreendedorismo.
 Há muito sofrimento, adoecimento e preconceito.

4.      Você e as pessoas que o/a rodeiam estão felizes no trabalho que realizam?
a) AS PESSOAS ESTÃO REALIZADAS E FELIZES QUANDO GOSTAM DO QUE FAZEM,      RECEBEM SALÁRIO DIGNO E TÊM SEUS DIREITOS RECONHECIDOS.
b) É frequente a insatisfação: trabalha por necessidade ou obrigação, sem ser vocacionado(a); não valorizado(a): a pessoa e seu trabalho; falta incentivo, qualificação; condições adequadas de funcionamento.
c) Há os que são felizes simplesmente porque trabalham. 
JULGAR
1.      O trabalho deve deixar feliz a pessoa que o realiza? Por quê?
DEVERIA!
Deve sim, porque o trabalho é a ferramenta mais eficaz na socialização do mundo;
porque rende mais, se realiza como pessoa, como trabalhador e ser humano;  torna- se livre e eleva sua autoestima; porque temos contato com outros trabalhadores e conseguimos suprir demandas.
Quando não estamos felizes passamos isto para as outras pessoas.
2.      As melhorias das condições de trabalho dependem de quem? E de quê?
a) Dependem dos investidores (patrões) – responsáveis pela exploração, carga horária, baixa remuneração, não qualificação, desvalorização ; dos banqueiros, políticos latifundiários, governo.
b) Depende de  toda a classe trabalhadora e de cada um de nós – transformar a sociedade em ambiente justo e igualitário.
Da organização; da consciência de classe; de nossos compromissos; do diálogo;        e de fazer parte da produção;.
De um conjunto de ações de todos os envolvidos.
JULGAR  EVANGÉLICO
Em Nazaré, sua terra, Jesus começou a ensinar na sinagoga. As pessoas, admiradas, diziam: “Onde foi que arranjou tanta sabedoria? Esse homem não é o carpinteiro?’ (conf. Mc 6).
Esta passagem evangélica nos diz que Jesus tem uma missão e que este Carpinteiro tem muita sabedoria.

3.   A Classe Trabalhadora tem, também, sabedoria e uma missão a cumprir? Que missão? Como? Por quê?
A consciência se forma e se forma por etapas: todos passamos por etapas.
Jesus também passou por etapas: primeiro aproximou-se dos doutores, dos fariseus; depois pensou que viera para os israelitas, por fim entendeu que sua missão era salvar toda a humanidade.
A sabedoria vai muito além da tecnologia.
Antes de ter consciência de classe é preciso ter consciência cidadã.
O mundo do trabalho é cruel, sem espiritualidade.
O trabalhador cristão, pelo sua conduta, mostra que o modelo consumista não é bom, que muitos trabalhadores são vítimas dele e manipulados.
O capitalismo afastou o povo do mundo do trabalho quando fragmentou o processo de produção para atender a demanda de mercado: o operário não tem mais prazer de criar.
O trabalho quando realizado em condições adequadas torna-se resgate da criação de Deus e promove a vida em plenitude.
A maior crise não é financeira, é do modo de viver: na imitação das nações ricas nos tornamos consumidores.
Há uma desvalorização do trabalho, não se leva em conta a qualidade, mas a quantidade da produção: necessário ver nele a realização pessoal e as relações humanas.
Pela organização podemos usar a sabedoria para ajudar os menos esclarecidos a enxergar sua missão.
O sindicato tem de ter compromisso com a categoria.
A igreja deveria informar sobre a importância da organização.
Educação: a escola se preocupa mais com a didática que com o social.
Sociedade anônima, fundos de investimentos são manobras patronais que dificultam as relações de trabalho.
Jesus nos ensina a lidarmos com situações até complicadas: ter capacidade para, ter clareza e  senso de justiça.
A sabedoria está dentro de cada um; a organização pode ajudar a descobri-la.
A sabedoria pode ser usada positiva ou negativamente – hoje há muita malandragem, pilantragem de ambos os lados.

      a)_MISSÃO da CLASSE:
- comprometer-se com ela; colocar-se a serviço;
- valorizar o trabalho (Realização pessoal e humana);
- trabalhar a consciência cidadã e de classe;
- avaliar a conjuntura;
 - cuidar da criação; vencer o capitalismo;
- levar a classe a entender que tem poder.
b)  MISSÃO PESSOAL (INDIVIDUAL)):
- estar a serviço;
- cobrar e conquistar direitos, cumprir deveres;
- fazer em nome de Jesus;
- executar bem o seu trabalho;
- buscar conhecimentos;
- buscar melhorias;
c) COMO:
- através de ação sindical; dos movimentos sociais; dos órgãos competentes.
d) POR QUÊ?
É importante assimilar os novos recursos, os métodos e processos no exercício da função.                 Pela união tentaremos realizar o projeto de Jesus.
Precisamos fazer a nossa parte.              
               
 DESAFIOS
Quem são os poderosos hoje?
Quem são os adolescentes?  A juventude busca sabedoria?
AGIR
1.      Depois de refletir a situação dos trabalhadores e da Classe trabalhadora, hoje, como devo cumprir a minha missão, como indivíduo?
2.      - Cuidar do meu corpo: ter uma alimentação saudável, fazer exercícios físicos.
- Cuidar  do meio-ambiente.
- Inserir-me em movimentos sociais e populares.
- Participar do sindicato da categoria.
- Trabalhar com transparência e responsabilidade.
- Respeitar o outro, dar testemunho.
- Divulgar o valor divino do trabalho.
- Na família: distribuir e realizar tarefas de forma igualitária.
- Ser companheiro(a), amigo(a), parceiro(a).
2.  E coletivamente? Seja na comunidade, na associação de moradores, no sindicato, etc.?
- Divulgar nosso movimento .
- Investir na formação - trabalhar na conscientização dos trabalhadores.
- Participar da organização e na reivindicação de direitos dos trabalhadores.
- Festejar a vida.
- Estudar mais os ensinamentos de Jesus.
- Cobrar e exigir políticas públicas.
- Reinventar o mundo do trabalho.
- Lutar pelo direito de usufruir dos bens que produzimos.
- Realizar seminário sobre o tema em parceria com outros movimentos.
- Realizar debates sobre o tema.
- Incentivar o consumo consciente.
3.  No seu espaço de trabalho é possível propor alguma ação para garantir melhorias?  Qual? Ou quais?- Buscar algo novo no ambiente de trabalho.
             - Estar aberto(a) para o outro,  ser solidário(a).
 - Realizar ações para conhecermos nossos direitos.
DESAFIOS
           - A terceirização, organização das microempresas  e dos empreendedores.
           - Atuar nas reformas: Política, Previdenciária...
- Renovar quadros dos sindicatos e de partidos.
COMENTÁRIOS GERAIS
“O FUNDAMENTAL É COOPERAR.”
(Frase copiada de uma camisa de uniforme).
Constata-se que a pressão sobre o trabalhador hoje é a mesma do tempo do filme “tempos Modernos” com a diferença que atualmente elitizam a classe operária substituindo o termo trabalhador por colaborador, sócio ou associado e outros. As empresas percebem que o empregado bem tratado rende mais e ainda conseguem dividir os colegas com sistemas como do “trabalhador-padrão” que também é exploração.
A grande maioria dos trabalhadores simplesmente acha que a luta por direitos não adianta, não acreditam no seu poder de transformação e não querem ser protagonistas da história da classe trabalhadora. Contudo a luta em busca de melhorias continua.
Os empresários investem no lado social, na participação do trabalhador como colaborador, mas não dividem o lucro. As empresas só visam o lucro.
Os sindicatos, a CUT, estão estagnados, quem está no poder está acomodado; até omite  mudanças pelas quais o trabalhador espera.
Passamos a maior parte do  tempo no local de trabalho, portanto, é nesse espaço  que temos de nos construir, nos realizar como trabalhador(a), como militante do MTC, como cidadão/cidadã e, como cristão.
Conceito de classe hoje muito indefinido, depende do parâmetro usado: a partir da renda, do nível cultural, por exemplo.
Para entender para quem trabalha, por que trabalha, o que produz a quem beneficia o trabalhador precisa buscar formação.
Há uma geração sem consciência crítica como consequência dos anos de supressão da liberdade que o Brasil viveu.
A solidariedade entre os trabalhadores é de suma importância para a vivência diária e na busca e conquista de direitos.
Os conflitos no ambiente de trabalho são inevitáveis.
A classe trabalhadora tem uma missão a cumprir, mas muitas vezes não tem  consciência disto.
O trabalho precisa ser valorizado e o trabalho manual mais especificamente.
Os trabalhadores não têm acesso à Saúde e Educação de qualidade.
Os movimentos populares enfrentam o desânimo da sociedade pela falta de respaldo do Estado.
AVALIAÇÃO
Os militantes do MTC mostraram a importância do tema “Trabalho e Consciência de Classe”; afirmam que temos a missão de promover a formação da classe trabalhadora, no entanto, o movimento permanece fechado em si mesmo.
Não foram apresentados os números, poucos são os informes a respeito, porém, dos relatórios pode-se deduzir que a participação de não militantes foi mínima.
O grande desafio colocado para nós é como sair para fora, levar a reflexão e o debate até um grande número de pessoas. Despertar o outro(a)  para a vivência solidária de uma luta coletiva por um outro mundo, segundo Jesus Cristo, de JUSTIÇA E PAZ, onde cada trabalhador(a) tenha vida em plenitude.
Comissão Nacional
MTC BRASIL

GRUPO MARIA DAS CORES























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